As Redes Sociais representam um perigo para as crianças e adolescentes do Lubango. O aumento considerável de adolescentes usuários, de forma constante, de Redes Sociais, no município do Lubango, província da Huila, preocupa os encarregados de educação e professores.
Isabel Nyme*
Ana Maria, mãe de quatro filhos, lamenta que a maioria dos usuários das Redes Sociais se tenham tornado dependente. “Elas (as crias e adolescentes), hoje, estão a deixar de socializar com os adultos, familiares, entre outros, porque a cara de cada um fica horas e horas centrada no telefone ou no tablet”, salientou.
A nossa interlocutora manifesta-se preocupada por haver um aumento de casos de crianças e adolescentes que também estão a utilizar as Redes Sociais, apesar de as idades não serem compatíveis.
Daniel Sebastião, 14 anos, residente do bairro Lucrécia, frequenta a 9.ª classe. Usa as Redes Sociais há mais de dois anos. Ele explica que a preferência pelas Redes Sociais tem a ver com a busca de diversão, diálogo com colegas e a busca de informação do País e do mundo.
“Também só tenho a possibilidade de saber mais sobre os meus ídolos nas Redes Sociais, porque nem sempre os órgãos de Comunicação Social convencionais trazem aquilo que a pessoa quer”, referiu, para descrever que a sua rotina, começa após as aulas.
Daniel Sebastião está consciente dos perigos do uso das Redes Sociais. “A interação nas Redes Sociais vicia, distrai-nos. No final, se não tivermos cuidado, podemos cair na malha de raptores ou, na pior das hipóteses, de rede de traficantes de pessoas”, vincou.
Sebastião aconselha os adolescentes a fazerem o uso correcto das Redes Sociais, afim de evitar as consequências que daí advém.
O professor Santos Juvala Xalei diz que as crianças fazem mau uso das Redes Sociais, pesquisando conteúdos não propícios para as suas idades e que têm tido pouco rendimento escolar devido ao uso do telemóvel dentro das salas de aula.
Xalei aconselha os pais encarregados de educação a dedicarem mais tempo aos seus filhos, como contribuição para a redução de casos de uso de Redes Sociais e outros males de que enfermam a sociedade.
O sociólogo Luciano Jorge alerta que o uso das Redes Sócias nessa faixa etária tem consequências devido à elevada informação verdadeira e falsa, notadamente as “fake news” que circulam diariamente nas Redes Socias, sendo que um menor de idade não tem discernimento para selecionar adequadamente os conteúdos verídicos e propício para sua idade.
O psicólogo Maurício Tchivinda fez saber que as crianças têm tido pouco rendimento escolar causado pelo mau uso do Facebook e aconselha aos pais a não comprarem telemóveis para as crianças.
“Se for possível para facilitar a comunicação pode ser um telemóvel de botão que não dá acesso às Redes Sociais, pois os pais não vasculham os telemóveis dos filhos para saber o que eles têm feito ,com quem têm estado a conversar e a que tipo de conteúdos têm acesso”, finalizou.
*Na Huila (Angola)