A quarta sessão do “Road to COP 27” com foco nas mudanças climáticas, paz e segurança, decorreu, nesta quarta-feira, 08, em Adis Abeba, na Comissão da União Africana, com intuito de identificar prioridades para o continente na abordagem dos impactos deste fenómeno.
Durante o encontro os participantes reconhecem que as mudanças climáticas representam a mais recente série de impulsionadores ambientais da segurança humana e é um multiplicador de risco, amplificador de fragilidade e catalisador de conflitos.
Embora não haja um vínculo causal directo entre as mudanças climáticas e os conflitos, as mudanças climáticas aumentaram os riscos de segurança, incluindo conflitos violentos, lê-se na nota .
De acordo com o documento esta situação pode agravar ou outras fontes de instabilidade e conflito, como a competição por recursos naturais e tensões étnicas.
Neste particular existe uma confluência de riscos, tensões pré-existentes e governança fraca, que pode desencadear insegurança e violência, isso é evidente em partes do Sahel, na Bacia do Lago Chade e no corno de África , relança a nota explicativa .
Desta feita a Comissária da UA Josefa Sacko , avançou que a migração e mobilidade humana, estima-se que entre 50 e 250 milhões de pessoas estão afectadas de forma permanente ou temporária, o que, por sua vez, agravaria a marginalização e a discriminação .
Juntando a isso , a Diplomata angolana disse que a seca, a desertificação e a escassez de recursos levaram ao aumento dos conflitos entre agricultores e criadores de gado, levando a colapsos sociais.
“ Em um ambiente de redução de recursos naturais, incluindo recursos terrestres e hídricos, o encolhimento do Lago Chade está levando à marginalização econômica e fornecendo um terreno fértil para o recrutamento do Grupo Boko Haram, que devastou a Nigéria e Camarões”, frisou .
No entender da Comissária da UA a implementação rápida da estratégia e plano de acção da UA para as alterações climáticas e desenvolvimento resiliente, se apresenta para fortalecer a capacidade dos Estados Membros e centros regionais para desenvolver respostas mais integradas aos riscos de segurança relacionados ao clima, incluindo a coordenação entre áreas políticas.
Para tal a daptação às mudanças climáticas por meio de investimentos em serviços de informação climática, redução de riscos de desastres, incluindo sistemas de alerta precoce se afiguram essenciais para “construir comunidades resilientes e facilitar o desenvolvimento sustentável”, defendeu.
Dia Mundial Dos Ocenaos
Em linha com abordagem com o do Dia Mundial dos Oceanos, que se assinala hoje ( 8 de Jumho) , a Comissária do DARBE , afirmou que se deve acelerar o desenvolvimento de um quadro de governação dos oceanos, nomeadamente para combater a poluição marinha, promover a gestão sustentável da biodiversidade marinha e dos recursos pesqueiros.
Segundo ela, é preciso acelerar a implementação da carta Africana sobre segurança marítima e de desenvolvimento em África (carta de Lomé), cujos objectivos são, entre outros, proteger o meio ambiente em geral, o espaço dos Estados costeiros e insulares, em particular , promover uma economia azul oceânica próspera e sustentável.
“ Os oceanos são uma grande vália na sustentação da vida na Terra e inspira ações para conservá-la. O tema do Dia Mundial dos Oceanos 2022 é “Revitalização: Ação Coletiva pelo Oceano”. Visa incentivar ações coletivas para a preservação do corpo d’água, pois os oceanos são um elo essencial que nos conecta a todos”, Finalizou a Comissária da UA que está no segundo mandato nesta organização africana.